Disciplina - Química

Doping - Tipos de Doping - Substâncias Dopantes

As substâncias Dopantes podem ser classificadas em:

A. Estimulantes

Substâncias que apresentam um efeito direto sobre o sistema nervoso central, já que aumentam a estimulação do sistema cardíaco e do metabolismo. Os principais esportes onde encontramos atletas que fazem uso destas substâncias são o basquetebol, o ciclismo, o voleibol e o futebol.

Os maiores exemplos de estimulantes disseminados no esporte são as anfetaminas, a cocaína, a efedrina e a cafeína. Estas substâncias são usadas para conseguir os mesmos efeitos da adrenalina tal como o aumento da excitação. Além disso podem ainda aumentar a capacidade de tolerância ao esforço físico e diminuir o limiar de dor.

Apesar destas consideráveis vantagens que os estimulantes podem trazer aos atletas para que estes melhorem o seu rendimento, estas substâncias podem provocar alguns efeitos secundários potencialmente prejudiciais ao organismo tais como a falta de apetite, a hipertensão arterial, palpitações e arritmias cardíacas, alucinações e diminuição da sensação de fadiga. Além disso em alguns casos os estimulantes podem provocar a morte de alguns atletas; um exemplo deste último efeito acontece no caso de um atleta que precisa competir durante longos períodos de tempo com temperaturas e taxas de umidade elevadas. A temperatura corporal deste atleta tende a subir facilmente, porém devido aos estimulantes torna-se difícil para o organismo desencadear o processo de refrigeração. Assim o coração e outros órgãos, como o fígado e os rins, são prejudicados, podendo este fato causar a morte.

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B. Narcóticos

São substâncias proibidas no esporte e estão representados pela morfina, petidina e substâncias análogas. São compostos derivados do ópio e que atuam no sistema nervoso central diminuindo a sensação de dor, sendo por esse último efeito o motivo pelo qual são utilizados por atletas, principalmente em esportes de bastante resistência como a maratona e o triatlon.

Este efeito de "mascaramento" da sensação de dor que os analgésicos narcóticos provoca pode ser prejudicial aos atletas, pois a ausência ou diminuição da sensação dolorosa pode levar a que um atleta menospreze uma lesão potencialmente perigosa, levando ao seu agravamento. Outros efeitos prejudiciais destas substâncias ao organismo são a perda de equilíbrio e coordenação, náuseas e vômitos, insônia e depressão, diminuição da frequência cardíaca e ritmo respiratório e diminuição da capacidade de concentração.

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C. Agentes anabolizantes

Os agentes anabolizantes ou esteróides anabólicos são compostos derivados de um hormônio masculino, a testosterona.

Quando administrados no organismo estes compostos entram em contato com as células do tecido muscular e agem aumentando o tamanho dos músculos. Os principais esteróides anabolizantes são a nandrolona, o estonozoil, o anadrol e a própria testosterona, sendo estes alguns dos inúmeros produtos que existem no mercado na atualidade.

Quando tomados em doses altas os anabolizantes aumentam o metabolismo basal, o número de hemácias e a capacidade respiratória. Estas alterações provocam uma redução na taxa de gordura corporal. As pessoas que os consomem ganham força, potência e maior tolerância ao exercício físico, sendo principalmente por causa destes últimos efeitos que os anabolizantes disseminaram-se tão rapidamente no meio esportivo, destacadamente em atletas como halterofilistas, lutadores de artes marciais e eventualmente em todos os tipos de esporte que envolvam força explosiva. São utilizados igualmente por pessoas que querem um corpo mais musculoso.

Estudos científicos mostram que o uso inadequado de anabolizantes pode causar sérios prejuízos a saúde, tais como o aumento da agressividade, comportamento antissocial, alterações permanentes das cordas vocais em mulheres (a voz fica mais grave), aumento do músculo cardíaco e uma possível consequência de infartes em jovens, aumento da produção da enzima transaminase, atrofia dos testículos e dor no saco escrotal, ginecomastia (crescimento das mamas nos homens), esterilidade feminina e masculina, crescimento excessivo de pelos nas mulheres, aumento na massa muscular pelo depósito de proteínas nas fibras musculares, redução do bom colesterol (HDL) e aumento do mau colesterol (LDL), aumento do número de hemácias jovens e diminuição dos glóbulos brancos, hipertensão arterial etc., a lista dos prejuízos é extensa e incompleta porque, como não há controle, os jovens e atletas usam doses cavalares de drogas e efeitos colaterais desconhecidos ainda podem aparecer.

Na medicina a indicação de anabolizantes se restringe a pouquíssimos casos. Muitas vezes são utilizados para o tratamento de anemias, da osteoporose (diminuição da densidade óssea), em casos de hipogonadismo (baixa produção de testosterona por parte do homem) e também em casos de doentes com câncer terminal que muitas vezes se utilizam destas substâncias para ganhar peso.

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D. Diuréticos

São drogas que aumentam a formação e a excreção da urina. Os principais exemplos de diuréticos que encontramos disseminados no esporte são o triantereno e a furosemida, sendo que estas substâncias são utilizadas por atletas esportivos em decorrência de dois fatores que podem provocar: perda de peso e mascaramento de doping.

No caso do efeito da perda de peso citado anteriormente, estas substâncias são usadas de modo a reduzir rapidamente a massa corporal de atletas participantes de esportes onde há categorias de pesos. O boxe, o judô, o halterofilismo e o karatê são alguns exemplos destes esportes. Também são utilizados como tentativa de aumentar a excreção urinária e com isso eliminar mais rapidamente eventuais substâncias dopantes, caracterizando assim o efeito de mascaramento do doping citado anteriormente.

Além destes dois efeitos principais os diuréticos podem causar alguns efeitos secundários prejudiciais ao organismo tais como, a desidratação (diminuição de água no corpo), cãibra muscular, diminuição do volume sanguíneo, doenças renais, alterações do ritmo cardíaco e perda acentuada de sais minerais.


E. Hormônios e substâncias afins

Os hormônios peptídicos e análogos são substâncias que atuam no organismo de modo a acelerar o crescimento corporal e diminuir a sensação de dor. A gonadotrofina coriônica humana, o hormônio do crescimento, o hormônio adrenocorticotrófico e a eritropoetina são alguns exemplos destes hormônios que a partir de agora serão detalhados um por um para podermos perceber o quanto são importantes ao organismo tanto pelos efeitos positivos como pelos negativos que podem causar.

"A Gonadotrofina coriônica humana (HCG) é um hormônio sintetizado pelos tecidos cariônicos da placenta e é extraído e purificado da urina de mulheres grávidas" (BOMPA e CORNACCHIA, 2000).

Este hormônio aumenta a produção de esteróides endógenos e o seu uso por atletas deve-se a sua capacidade de proporcionar o aumento do volume e potência dos músculos, sendo por essa razão  utilizada principalmente em esportes que exijam treinamento de força. Pode causar efeitos secundários potencialmente nefastos ao organismo tais como a ginecomastia e alterações menstruais e mulheres. Na medicina, o HCG é utilizado como componente do tratamento para estimular a ovulação em mulheres hipogonadotróficas e para estimular a espermatogênese em homens, sendo estes os dois principais modos de utilização em casos clínicos.

Outro hormônio bastante importante é o hormônio do crescimento (GH). Este hormônio é sintetizado intensamente pelos seres humanos até o final da puberdade quando se verifica uma estabilização do crescimento ósseo e por esse motivo trava-se a produção dele por parte do organismo, daí quando usado pelo adulto o ganho de performance é pequeno. A sua ingestão proporciona o aumento significativo de vários tecidos e entre estes está o tecido muscular sendo por esse motivo que atrai os atletas de força e velocidade. É possível que o uso prolongado de quantidades excessivas do hormônio do crescimento exógenos possa produzir alguns efeitos colaterais prejudiciais ao organismo tais como a acromegalia (crescimento desmedido das mãos, pés e cara), alteração no formato da face, alterações na voz, intolerância à glicose, hipogonadismo, compressão de nervos periféricos, hipertrofia cardíaca e doenças articulares. Outros efeitos bastante importantes que podemos citar incluem a estimulação da lipólise (oxidação de lipídios), aumento da síntese de colágeno e aumento da absorção de cálcio e fosfato.

Mais um hormônio que merece destaque é o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), substância que aumenta o nível endógeno de corticoesteróides (GRAÇA e HORTA, 2001). O uso de ACTH dar-se com a finalidade de recuperação tecidual, sendo por esse motivo que é utilizado por atletas praticantes de atividades intensas cuja recuperação precisa ser acelerada; porém, se usado por períodos prolongados pode provocar enfraquecimento muscular acentuado. Dentre os principais efeitos que pode causar ao organismo destacam-se a insônia, a hipertensão arterial, diabetes, úlceras gástricas, perda de massa óssea e dificuldades de cicatrização das feridas.

Por último destacaremos um hormônio conhecido como eritropoetina, a droga mais usada por ciclistas, triatletas, maratonistas e outros esportes de resistência. Este hormônio promove o aumento do número de glóbulos vermelhos (hemáceas) no sangue e desse modo proporciona um maior transporte de oxigênio para as células. Com o seu uso, o atleta tem o seu consumo de oxigênio aumentado e, consequentemente, capacidade de exercer uma intensidade de esforço maior se utilizando do metabolismo aeróbio para a produção de energia. Dentre os principais efeitos causados pelo uso deste hormônio destacam-se o aumento da viscosidade sanguínea em decorrência do aumento do número de hemácias no sangue, a hipertensão arterial, possíveis infarte do miocárdio e cerebral, embolia pulmonar e convulsões.

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F. Outras Substâncias


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