Disciplina - Química

Química

31/10/2011

Roupas autolimpantes, auto-remendantes e à prova de insetos

Imagem de um pedaço de tecido de algodão autolimpante.Uma equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu uma roupa de algodão autolimpante.
Além de quebrar quimicamente produtos químicos e resíduos de pesticidas, quando exposto à luz o tecido é capaz de liquidar também com bactérias que o estejam infestando e produzindo maus odores.
Ning Liu e seus colegas incorporaram nas fibras de algodão um composto chamado 2-AQC (ácido carboxílico 2-antraquinona).
O composto liga-se fortemente às fibras de celulose no algodão, tornando a ligação resistente mesmo a processos fortes de lavagem.
Isto torna o tecido autolimpante mais durável do que soluções similares e uma solução diferenciada em relação ao filtro de algodão que mata bactérias, apresentado anteriormente.
Quando exposto à luz, o 2-AQC produz as chamadas espécies reativas de oxigênio, como os radicais hidroxila e o peróxido de hidrogênio, que matam bactérias e quebram as moléculas de compostos químicos como pesticidas e outras toxinas.
Roupas com repelentes e inseticidas
A equipe espanhola do projeto Inseplatex está mais concentrada na proteção automática que as roupas podem oferecer à saúde em situações de grande risco.
Em vez de olharem para as bactérias, eles estão desenvolvendo roupas à prova de insetos.
Os pesquisadores estão pensando não apenas em bombeiros, guardas florestais e agentes de combate à dengue e malária, mas também nas pessoas abrigadas em campos de refugiados, durante crises humanitárias ou acidentes naturais, como enchentes, terremotos e vulcões.
Para isso, estão sendo isolados agentes repelentes ou inseticidas, que serão a seguir incorporados nos plásticos e tecidos usados na fabricação das roupas profissionais e de ajuda humanitária.
"O projeto pretende controlar a ativação e a duração das propriedades biocidas em diversos produtos plásticos e têxteis, para então especificar usos concretos, sobretudo em roupas de uso profissional," afirmam eles.
O primeiro passo está sendo dado com a realização de bio-ensaios, quando biólogos e entomólogos isolam os compostos com ação para cada tipo de praga em particular.
A grande dificuldade do trabalho é que os pesquisadores ainda não descobriram uma forma única de incorporação desses agentes nos plásticos e nos tecidos, o que exige uma solução individualizada para cada repelente ou inseticida.
Roupa que se auto-conserta
A Dra. Susie Jahren e seus colegas noruegueses têm uma preocupação mais local: proteger os pescadores e pessoas que precisam usar roupas para se protegerem da chuva e da água do mar.
Seus primeiros protótipos são tecidos sintéticos capazes de se autoconsertar no caso de serem furados.
Como o trabalho dos pescadores em alto mar é extremamente rude, é comum sofrer esbarrões e contatos com os equipamentos e com o barco, o que por vezes perfura a roupa de proteção.
Como não é possível parar o trabalho para trocar de roupa, o resultado é um pescador molhado e doente.
Enquanto as borrachas que se emendam sozinhas não chegam ao mercado, a solução encontrada foi usar um material à base de poliuretano, disperso no plástico em microcápsulas.
"Se a capa se rasgar ou for perfurada, as cápsulas se rompem na área danificada. O selante é liberado e endurece quando entra em contato com o ar ou com a água. Assim, a roupa se conserta sozinha," diz Jahren.

Esta notícia foi publicada em 21/10/2011 no sítio Inovação Tecnológica. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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