Disciplina - Química

Química

06/07/2012

Cientistas desenvolvem borracha em pó a partir do látex sintético

Por Agência FAPESP
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está realizando um projeto para a obtenção de borracha em pó empregando a técnica de spray drying, ou secagem por aspersão. O objetivo da pesquisa é desenvolver uma rota química de produção a partir do látex sintético para aplicação da matéria-prima como modificadora de impacto de plásticos (aumento de resistência) e colaborar com soluções para preencher uma lacuna tecnológica pouco explorada atualmente dentro e fora do Brasil.
De acordo com o IPT, a ideia do projeto nasceu de demandas feitas por empresas do segmento, que buscavam novas formas para a produção da matéria-prima. A utilização da borracha em forma de pó ultrafino é uma alternativa mais simples em determinadas aplicações na comparação ao uso do material em bloco. Enquanto o pó permite a adição direta a processos industriais (um dos melhores exemplos é a fabricação de resinas poliméricas), os blocos demandam operações de moagem e pulverização.
A técnica mais comum para a obtenção da borracha em pó emprega a irradiação da emulsão para promover uma modificação na estrutura do látex antes da secagem em spray dryer, mas o processo apresenta gargalos como a necessidade de uma infraestrutura em grande escala e os riscos à saúde dos trabalhadores. O projeto do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas do IPT prevê desenvolver um processo de obtenção da borracha em pó empregando uma técnica simples, industrializada, que opera em processo contínuo e de baixo custo.
O estudo, iniciado em maio de 2011, trabalha a modificação química do látex sintético por meio de monômeros funcionais e óxido coloidal, que irão compor uma mistura submetida posteriormente à secagem em um equipamento de spray dryer. Para oferecer uma alternativa economicamente viável ao mercado, o laboratório do IPT decidiu estudar a modificação química de dois tipos de látex, o estireno-butadieno e o estireno-butadieno carboxilado.
Após a fase de conclusão das análises, uma série de amostras será produzida a partir da mistura da borracha em pó a polímeros para execução de testes mecânicos e medição da resistência das peças. O projeto tem prazo de conclusão em abril de 2013, mas os bons resultados obtidos já possibilitaram o pedido de depósito de uma patente e podem expandir o emprego das novas formulações.

Esta notícia foi publicada em 02/07/2012 no sítio Agência FAPESP. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor
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